As bem-aventuranças
têm a ver com o Reino de Deus proclamado por Jesus. Para compreender a
pregação de Jesus sobre o Reino, urge reportar-nos à triste experiência
de monarquia em Israel. A experiência frustrada do passado deveria ser
retomada no presente, de maneira compatível com o querer do Senhor do
Reino.
A ideologia real do Antigo
Oriente atribuía aos reis, como tarefa primordial, a defesa dos mais
fracos e pequeninos. Entre estes, em primeiro lugar, os pobres, os
órfãos, as viúvas e os estrangeiros. Toda a política do reino deveria
ter em vista favorecê-los, e impedir que se tornassem vítima da
prepotência alheia.
Entretanto, os reis de Israel
foram os primeiros a oprimir e explorar os pobres. De maneira
inescrupulosa, fechavam os olhos para a violência que sofriam,
tornando-se cúmplices desta afronta a Deus.
Esta experiência suscitou no
coração dos pobres a esperança de que, um dia, Deus haveria de intervir
na história humana, para estabelecer a ordem querida por ele, e
fazer-lhes justiça. Para tanto, Deus encarregaria o seu Messias.
A palavras de Jesus, nas
bem-aventuranças, enquadram-se nesta esperança dos pobres. Ele veio não
apenas relembrar à humanidade o projeto de Deus, mas sim empenhar-se, de
corpo e alma, para que, afinal, ele se implantasse na história humana.
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