As palavras de Jesus quanto a "comer a sua carne" e "beber o seu sangue", causaram dúvidas em seus
adversários e até em seus discípulos. O linguajar do Mestre pareceu-lhes
duro e exagerado. Quem, em sã consciência, podia fazer tal afirmação?
Jesus foi taxativo. Falava, claramente, em mastigar a sua carne e
ingerir o seu sangue, no sentido material, e não em sentido figurado.
Daí o mal-entendido.
Entretanto, o bom entendedor
– o cristão iniciado na doutrina de Jesus – sabe perfeitamente que se
tratava do sacramento da Eucaristia. A comunidade que celebra "come o
corpo de Cristo" e "bebe o sangue de Cristo", sob a figura do pão e do
vinho. Este gesto, no entanto, tem como efeito gerar uma verdadeira
comunhão de vida entre Jesus e o discípulo. Assim como comer e beber
tornam o alimento e a bebida parte do organismo humano, ao serem
assimilados, o mesmo acontece, quando se participa da Eucaristia: por
meio dela, o discípulo entra na mais profunda comunhão com Jesus
ressuscitado, tornando-se uma só coisa com ele. Somente quem
participa da comunidade cristã experimenta esta comunhão com o Senhor.
Ninguém celebra a Eucaristia sozinho. Vivendo em comunhão com os irmãos e
irmãs de fé, os discípulos, pela Eucaristia, têm garantida a vida
eterna, que brota do Ressuscitado.
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