Os adversários relutavam em entender as palavras de Jesus. Em geral,
tomavam-nas num sentido oposto à intenção do Mestre. Quando ele falou em dar
sua carne em alimento para a vida do mundo, seus adversários sentiram um certo
mal-estar, imaginando a cena macabra da devoração de um ser humano. Entretanto,
Jesus não falava de antropofagia, e sim, da Eucaristia. Referia-se à relação a
ser estabelecida entre ele e a comunidade dos discípulos, por meio do pão e do
vinho eucarísticos.
Pão e vinho seriam constituídos como sacramento da presença do Senhor. Ao redor
de uma mesa é que a comunidade de fé faria a experiência de comunhão profunda
com o Ressuscitado. Ao comer o pão e beber o vinho, indicariam um tipo novo de
relação estabelecida entre o Senhor e a comunidade. Os discípulos assimilariam
plenamente o corpo de Jesus, e se deixariam transformar por ele. Seria a
maneira de permanecerem nele, e permitir que o Mestre permanecesse em cada um
deles. Resultado: toda a vida do discípulo seria um viver por Cristo, com
Cristo, em Cristo, de modo a garantir a vida eterna, que só ele pode oferecer,
pois lhe fora concedida pelo Pai.
A má-fé dos inimigos impediu-lhes de compreender o sentido profundo desse
ensinamento de Jesus. Com isto, indicavam não estar em comunhão com ele, nem
interessar-se em partilhar a vida que Jesus lhes oferecia.
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