sexta-feira, 7 de abril de 2017

UM HOMEM FAZENDO-SE DEUS?

Embora, Jesus jamais tivesse afirmado "Eu sou Deus!", seus adversários acusavam-no de, sendo apenas um homem, pretender passar por Deus. E chegavam a esta conclusão, não por causa de uma declaração peremptória de Jesus, e sim pelo modo como ele falava e agia. Suas palavras tinham uma autoridade desconhecida, e pareciam ir de encontro a tudo quanto, até então, era ensinado como Palavra de Deus. Esta liberdade diante da tradição religiosa revelava, no pensar dos inimigos, que Jesus estava pretendendo ocupar o lugar de Deus. Quanto aos sinais que realizava, eram de tal modo portentosos que só das mãos de Deus poderiam provir. Quem, a não ser Deus, pode curar os doentes, ressuscitar os mortos, transformar a água em vinho? Este poder criador é prerrogativa divina.
Essas falsas acusações foram rebatidas com dois argumentos. O primeiro foi tirado das Escrituras, precisamente do Salmo que, referindo-se aos juízes deste mundo, declara: "Vocês são deuses!". Eles, ao julgar, exercem um poder divino. Se as Escrituras fazem tal declaração, é possível aplicá-la também a Jesus. O segundo é tirado da própria pregação do Mestre. Suas palavras exatas foram "Eu sou o Filho de Deus". Esta consciência de ser Filho era o pano de fundo de tudo quanto fazia e ensinava. Sem isto, suas palavras cairiam no vazio e seriam sem sentido. Ele é, sim, o Filho santificado e enviado ao mundo para fazer as obras do Pai. E elas são as primeiras a testemunhar em seu favor.

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