Decepcionados com o desaparecimento trágico do Mestre, os
discípulos começaram a debandar. A experiência de conviver com Jesus tivera seu
lado positivo. Agora, porém, uma vez morto, seus planos para a comunidade foram
água abaixo. Os discípulos de Emaús revelavam esta situação: sua volta para
casa e o abandono da comunidade eram sintoma de um comportamento generalizado
entre os seguidores do Mestre.
Com o passar do tempo, os discípulos experimentaram uma profunda transformação,
ao reinterpretarem, à luz das Escrituras, a vida e o destino de Jesus. Os fatos
da vida do Mestre tomaram um significado novo, e a morte de cruz, escândalo que
foi, passou a ser compreendida, a partir da fidelidade de Jesus ao Pai. Por
isso, essa morte apresentava-se como algo necessário na vida do Mestre,
comprovando seu abandono total nas mãos do Pai, para a implantação do seu
Reino. O Crucificado era também o Ressuscitado caminhando com a comunidade. Esta
se defrontava com a missão de proclamá-lo.
No episódio dos discípulos de Emaús, seus olhos se abriram plenamente quando
Jesus sentou-se à mesa com eles e repetiu o gesto da Última Ceia. A Eucaristia
foi o momento privilegiado de encontro com o Senhor. Então puderam compreender
que o Ressuscitado estava vivo no meio deles. A reviravolta causada por esta
certeza transformou a comunidade medrosa em comunidade missionária, testemunha
corajosa da Ressurreição.
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