A origem divina de Jesus permitiu-lhe falar das coisas de Deus com uma autoridade desconhecida.
Até então, os sábios e doutores de seu tempo limitavam-se a interpretar as
Escrituras, buscando-lhes sentidos ocultos. Nesse afã, acabavam por complicar
tanto a Palavra de Deus a ponto de pensarem que somente um pequeno grupo de
privilegiados estavam em condições de compreendê-la e praticá-la.
Jesus rompeu com este esquema e se declarou apto para dar testemunho de tudo
quanto viu e ouviu do Pai. Ele não era rabi no sentido tradicional, e sua
relação com as Escrituras era de total liberdade. Sua Palavra era a Palavra de
Deus, comunicada à humanidade, sem necessitar de interpretações casuísticas e
sofisticadas. Por outro lado, Jesus falava pela força do Espírito que lhe fora
comunicado pelo Pai.
Assim sendo, quem quisesse ter acesso à Palavra de Deus, em sua integridade, sem
as deformações das interpretações humanas, necessitava recorrer a Jesus. Esta
Palavra era penhor de vida, por colocar no caminho de Deus, quem se abrisse
para ela. Pelo contrário, quem se fechasse à Palavra de Jesus e a recusasse,
deveria pôr-se de sobreaviso, pois pesava sobre ele a ira de Deus. Isso por que
fechar-se para Jesus redundava em fechar-se para Deus. E dar as costas à
Palavra de Jesus corresponde a dar as costas para Deus. O discípulo precisa
ponderar isto com cuidado. E o Nosso testemunho é a melhor prova a ser dada ao mundo...
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