A vida eterna é participarmos da salvação eterna, para vivermos para
sempre com Deus no Céu. "Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se,
mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de
participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em
casamento, e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão
filhos de Deus, porque ressuscitaram" (Lucas 20,34-36).
Toda a questão, do Evangelho de hoje, é porque os saduceus não creem
na ressurreição, eles negam a ressurreição, e por isso criam essa
situação que parece, de início, complexa porque uma mulher se casa com
sete irmãos, um atrás do outro e não tem filhos com nenhum deles. A
pergunta feita é: "Na vida futura ela será mulher de quem?".
Olhamos à vida, na dimensão humana em que ela se encontra, e achamos
que tudo que vivemos na humanidade será a nossa eternidade. A questão de
se casar, de gerar filhos é uma condição da vida presente, é um
elemento da vida humana aqui na terra.
A "vida futura" não tem os mesmos pressupostos da vida terrena. Há
muitos questionamentos em relação a eternidade, um desses é se nos
conheceremos ou reconheceremos uns aos outros, entretanto, quem vai para
a eternidade somos nós e não a outra pessoa, e a pessoa que vai para a
eternidade, irá a partir daquilo que ela viveu aqui na terra.
A eternidade começa agora, está no meio de nós. Já participamos da
vida futura quando levamos a nossa vida em Deus, ou deixamos de
participar dela, quando não a levamos em Deus.
Quando digo "vida futura", refiro-me a vida eterna, a bem-aventurança
eterna. A vida eterna é participarmos da salvação eterna, é para
vivermos para sempre com Deus no Céu, como Ele nos convida a viver.
Não podemos transferir os pressupostos da vida humana e terrena, para
a vida celestial. Por isso a explicação de Jesus é essencial para
compreendermos isso: os homens e as mulheres se dão em casamento aqui na
terra. O casamento não é uma coisa eterna, é até que a morte os separe.
Não é assim que nós escutamos na bênção matrimonial? Pois, o casamento
único, definitivo, pleno e eterno é com Deus, com a eternidade, é com
Jesus, o Noivo de toda a "Igreja", que é cada um de nós.
Mas, se não levamos uma vida interior, uma vida mística, de relação
com Deus, não conseguiremos ter comunhão com a eternidade. E vamos olhar
à vida, a partir dos pressupostos terrenos, humanos e mundanos, e
assim, a reduzimos a uma condição terrena.
Quem vive dos prazeres da vida, não consegue imaginá-la sem eles,
isso porque só conhece os prazeres terrenos, não sabe qual é o prazer da
eternidade. Quem não procura ter relação com Deus, não sente sabor
pelas coisas d'Ele, não cria gosto pelo Céu e nem pelas coisas do Céu.
Muitas vezes, nos deixamos enganar, por uma mentalidade humana e
mundana, que prega a reencarnação: o voltar para essa terra e viver,
novamente, os prazeres; assim, não voltamos para o "prazer" celeste e
eterno.
Se Deus nos deu a graça de saborearmos as coisas aqui da terra e nos
maravilhamos, não sabemos qual é o sabor que nos aguarda as coisas do
Céu, o que Deus tem reservado em "chaves de ouro" para nós.
Busquemos as coisas do Céu, porque é lá que Deus nos espera.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Nenhum comentário:
Postar um comentário