domingo, 31 de janeiro de 2016

Misericórdia e missão estão intimamente ligadas, diz o Papa na Audiência Jubilar

Cidade do Vaticano (RV) – Teve início, na manhã deste sábado (30/01), na Praça São Pedro, no Vaticano, a nova série de audiências jubilares, que o Santo Padre concederá aos peregrinos e fiéis, um sábado por mês, durante o Ano Santo da Misericórdia.
Em sua catequese de hoje, Francisco disse que "entramos cada vez mais no vivo da celebração do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia":
"Com a sua graça, o Senhor guia os nossos passos enquanto atravessamos a Porta Santa e nos vem ao encontro para permanecer sempre conosco, apesar das nossas faltas e contradições. Não nos cansemos, jamais, de sentir necessidade do seu perdão, porque, quando nos sentimos fracos, a sua presença nos torna fortes e nos permite viver a nossa fé com maior alegria".
Assim, o Santo Padre indicou aos fiéis, presentes na Praça São Pedro, a íntima ligação existente entre a misericórdia e a missão. De fato, como cristãos temos a responsabilidade de ser missionários do Evangelho:
"Quando recebemos uma bela notícia ou quando vivemos uma bela experiência, sentimos a exigência natural de transmiti-la também aos outros. Sentimos que não podemos guardar a alegria que recebemos, só para nós e, assim, a comunicamos aos demais, por ser tão grande!".
A mesma coisa deveria ser, - explicou o Papa – quando encontramos o Senhor. O sinal concreto de tê-lo encontrado é a alegria de comunicá-lo aos irmãos. Ao lermos o Evangelho, vemos que é esta a experiência dos primeiros discípulos, depois do primeiro encontro com Jesus:
"Encontrar Jesus equivale a encontrar-se com o seu amor; um amor que nos transforma e nos torna capazes de transmitir aos outros a força que nos dá. Assim sendo, poderíamos dizer que, no Batismo, recebemos outro nome, além daquele que nossos pais nos dão. O novo nome é 'Cristóforo', que significa ‘portador de Cristo'. Todo cristão deve ser portador de Cristo.Todos somos 'Cristóforo'!".
Enfim, Francisco recordou que “a misericórdia que recebemos do Pai, não nos é dada como consolação pessoal, mas nos torna instrumentos, para que os outros possam receber o mesmo dom”. Há uma maravilhosa interligação entre misericórdia e missão. A misericórdia nos torna missionários da própria misericórdia. Ser missionários nos permite crescer sempre na misericórdia de Deus.
Por fim, o Papa exortou os peregrinos, presentes nesta primeira audiência jubilar. a levar a sério a nossa vida cristã e a esforçar-nos para viver como fiéis, porque somente o Evangelho pode tocar o coração das pessoas e abri-lo à graça do amor.
Depois da sua catequese, nesta primeira audiência jubilar, o Santo Padre passou a cumprimentar os diversos grupos de peregrinos presentes, em suas respectivas línguas. Eis a saudação que dirigiu aos fiéis de língua portuguesa:
"De coração, saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa. Sejam bem-vindos! Neste Ano Santo da Misericórdia, somos chamados a reconhecer que necessitamos do perdão que Deus nos oferece gratuitamente, pois quando somos humildes, o Senhor nos torna mais fortes e alegres na nossa fé cristã. Desça, generosa, pela intercessão da Virgem Maria, a Bênção de Deus sobre cada um de vocês e suas famílias".
No final da audiência, na Praça São Pedro, falando espontaneamente em italiano, Francisco disse: Alguém, entre vocês, certamente, se perguntou 'como é a casa do Papa, onde ele mora' E respondeu: "O Papa mora ali atrás, na Casa Santa Marta. É uma casa grande, onde moram também uns quarenta sacerdotes e alguns Bispos, que trabalham na Cúria Romana; mas há ainda alguns hóspedes de passagem, como Cardeais, Bispos e leigos, que vêm para encontros dos diversos organismos vaticanos.
Além destas pessoas, - disse ainda Francisco, - há um grupo de homens e mulheres, que se dedicam aos trabalhos domésticos. Eles formam uma família, aliás, fazem parte da nossa família. Neste sentido, o Papa acrescentou: "Queria dizer que estou um pouco triste, porque, ontem, faleceu uma senhora que nos ajudava muito, há anos! Seu marido também trabalha conosco".
"Depois de uma longa enfermidade, - concluiu o Santo Padre, - o Senhor a chamou para a Casa do Pai. Ela se chama Elvira. Por isso, hoje, convido-lhes a fazer duas obras de misericórdia: rezar pelos defuntos e consolar os aflitos. Agora, vamos rezar então uma Ave Maria pela paz e a alegria eterna de dona Elvira, para que o Senhor console seu esposo e seus filhos". (MT)

sábado, 30 de janeiro de 2016

Ano da Vida Consagrada: conclusão no dia 2 de fevereiro

Estão no Vaticano desde quinta-feira dia 28 de Janeiro mais de 4 mil consagrados, pertencentes às diversas formas de vida consagrada para participarem no grande evento conclusivo do Ano da Vida Consagrada intitulado "Vida consagrada em comunhão. O fundamento comum na diversidade das formas". Um encontro marcado por vigílias de oração e momentos de reflexão e partilha, com um olhar profético voltado para o futuro.
A Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica informa através de um comunicado, que entre as finalidades do encontro está "conhecer melhor o grande mosaico da Vida consagrada, viver a comunhão redescobrindo o chamamento na diversidade das formas: ordem das Virgens, vida monástica, Institutos Apostólicos, Institutos Seculares, novos Institutos e novas formas de Vida consagrada, e iniciar juntos o caminho no grande Jubileu da Misericórdia, que entrega mais uma vez, a todos os consagrados, o mandato específico da sua vocação: ser rosto da misericórdia do Pai, testemunhas e construtores de uma fraternidade autenticamente vivida".
Este grande encontro teve início no dia 28 de janeiro com uma vigília na Basílica de S. Pedro, presidida pelo Secretário da Congregação para a Vida Consagrada, Arcebispo José Rodríguez Carballo OFM, na presença do Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito do dicastério.
Neste dia 29 teve lugar um encontro de todos os consagrados na Sala Paulo VI, no Vaticano. Sábado dia 30 e domingo dia 31, em cinco diferentes lugares de Roma, cada forma de vida consagrada encontra-se para aprofundar alguns aspectos específicos da própria vocação, para então participarem todos novamente, do encontro no dia 1 de fevereiro, novamente na Sala Paulo VI, para a audiência com o Papa Francisco.
O Ano da Vida Consagrada terá a sua conclusão no dia 2 de fevereiro com a peregrinação jubilar de manhã e na parte da tarde, com a celebração eucarística para a XX Jornada Mundial da Vida Consagrada presidida pelo Papa Francisco.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Vocês ainda se lembram quais são as obras de misericórdia?

Obra de misericórdia é aquela com que se socorre o nosso próximo nas suas necessidades corporais ou espirituais.
As obras de misericórdia são quatorze: sete corporais e sete espirituais, conforme são corporais ou espirituais as necessidades que se socorrem.
 
As obras de misericórdia corporais são:
1ª Dar de comer a quem tem fome;
2ª Dar de beber a quem tem sede;
3ª Vestir os nus;
4ª Dar pousada aos peregrinos;
5ª Assistir aos enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.

As obras de misericórdia espirituais são:

1ª Dar bom conselho;
2ª Ensinar os ignorantes;
3ª Corrigir os que erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos.

Enfim, neste Ano da Misericórdia, "abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda".
Papa Francisco, o rosto da misericórdia.

Palavras do Papa Francisco, ser cristão é ser testemunha de Jesus Cristo

Coração aberto
"O coração cristão é magnânimo. Está sempre aberto. Não é um coração que se fecha no próprio egoísmo ou pelo menos se mede até aqui, até lá. Quando você entra nesta luz de Jesus, entra em amizade com Jesus e se deixa guiar pelo Espírito Santo, o coração se torna aberto, magnânimo... O cristão, naquele ponto, não ganha: perde, mas perde para ganhar outra coisa, e com essa derrota de interesses, ganha Jesus, ganha se tornando testemunha de Jesus"

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Papa: o cristão tem um coração grande que acolhe todos

Quinta-feira, 28 de janeiro – na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que o cristão tem um coração grande que acolhe todos. O coração do cristão é magnânimo porque abre os braços para acolher todos com generosidade – disse o Santo Padre na memória litúrgica de S. Tomás de Aquino numa Missa concelebrada por sacerdotes com 50 anos de ordenação.
Partindo das leituras do dia o Papa Francisco recordou a luz do "Batismo" dos cristãos que deve ser doada e transmitida, porque o "cristão é uma testemunha". Testemunha de "Jesus Cristo, Luz de Deus" e deve colocar esta luz no "candeeiro da sua vida" – sublinhou o Papa na sua homilia tendo referido que o "coração do cristão é magnânimo" porque é filho de um "Pai magnânimo", é uma "alma grande" que não tem medo de perder para ser Jesus a ganhar:
"O coração cristão é magnânimo. Está sempre aberto. Não é um coração que se fecha no próprio egoísmo. Quando tu entras nesta luz de Jesus, entras em amizade com Jesus e deixas-te guiar pelo Espírito Santo, o coração torna-se aberto, magnânimo... O cristão, naquele ponto, não ganha: perde, mas perde para ganhar outra coisa, e com essa derrota de interesses, ganha Jesus, ganha tornando-se testemunha de Jesus".
O Papa Francisco dirigiu-se depois aos sacerdotes presentes na Missa e que celebravam 50 anos de ordenação:
"Para mim é uma alegria celebrar hoje convosco que completam cinquenta anos de sacerdócio: cinquenta anos no caminho da luz e do testemunho, cinquenta anos tentando ser melhores, tentando levar a vela ao candelabro. Às vezes ela cai, mas vamos novamente, sempre com o desejo de oferecer luz generosamente, ou seja, com o coração magnânimo. Somente Deus e vocês sabem quanta gente receberam com magnanimidade, com a bondade de pais, de irmãos. Muitas pessoas que tinham o coração um pouco escuro e vocês ofereceram a luz, a luz de Jesus. Obrigado. Obrigado pelo que vocês fizeram na Igreja, pela Igreja e por Jesus".

Papa: na Quaresma, sair da própria alienação existencial

Cidade do Vaticano (RV) – "A Quaresma deste Ano Jubilar é um tempo favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia": é o que afirma o Papa Francisco na Mensagem para a Quaresma 2016, divulgada na terça-feira (26/01).
"'Prefiro a misericórdia ao sacrifício" (Mt 9, 13). As obras de misericórdia no caminho jubilar" é o tema da Mensagem do Pontífice. No texto, Francisco destaca que a misericórdia de Deus transforma o coração do homem, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia.
Estas obras, ressalta o Papa, nos recordam que a nossa fé se traduz em atos concretos e quotidianos, destinados a ajudar o próximo no corpo e no espírito e sobre os quais havemos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo.
"Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina", escreve o Pontífice, citando a Bula de convocação do Jubileu.
Todavia, adverte o Papa, o pobre mais miserável é aquele que não aceita reconhecer-se como tal. "Pensa que é rico, mas na realidade é o mais pobre dos pobres. E quanto maior for o poder e a riqueza à sua disposição, tanto maior pode tornar-se esta cegueira mentirosa. E esta cegueira está acompanhada por um soberbo delírio de onipotência".
Este delírio, prossegue Francisco, "pode assumir também formas sociais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a massa possível de instrumentalizar. E podem atualmente mostrá-lo também as estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento fundado na idolatria do dinheiro, que torna indiferentes ao destino dos pobres as pessoas e as sociedades mais ricas, que lhes fecham as portas recusando-se até mesmo a vê-los".
Portanto, exorta o Papa, a Quaresma deste Ano Jubilar é um tempo favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia.
E explica: "Se por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar".
Para Francisco, estas obras nunca podem ser separadas, pois é precisamente tocando a carne de Jesus crucificado no miserável que o pecador pode receber a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo. "Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão!", é o convite final do Santo Padre.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Após 50 anos de diálogo, Igreja vê a Reforma com outros olhos

Cidade do Vaticano (RV) – No contexto da viagem do Papa à Suécia, em 31 de outubro, onde participará de uma celebração ecumênica nos 500 anos da Reforma protestante, a Rádio Vaticano entrevistou o Arcebispo Brian Farrell, Secretário do Pontifício Conselho para a promoção da Unidade dos Cristãos.
Dom Farrell – Passaram-se 500 anos do período das controvérsias entre católicos e protestantes. E nos últimos 50 anos viveu-se um clima diferente: não de rivalidade, de oposição, mas de uma procura pela unidade de todos os cristãos. O ecumenismo serviu para olhar as coisas de uma maneira mais aprofundada, ou seja, não de uma ótica unilateral, mas procurando entender também as razões da outra parte. Isto levou – após 50 anos de intenso diálogo teológico – a um novo modo de ver a Reforma.
Rádio Vaticano – É um sinal muito forte aquele do Papa e dos chefes do mundo luterano juntos para este aniversário...
DF – Sim, será a primeira vez que acontecerá algo do gênero. Todas as outras celebrações da Reforma, no passado, foram momentos de conflito, de triunfalismo de uma parte ou da outra. Desta vez, procuraremos comemorar juntos as coisas justas, boas, emergidas daqueles conflitos terríveis com consequências de grandes violências na história da Europa. Mas, no fundo, também estão aqueles impulsos positivos de reforma, de melhoramento da vida da Igreja que hoje podemos comemorar.
RV – Este evento nasce do paciente diálogo de 50 anos...
DF – É precisamente isto: duas realidade juntas. É o diálogo da verdade, ou seja, o esclarecimento das dificuldades teológicas, os motivos mais profundos das nossas divisões, mas é também o diálogo da vida, no qual católicos e luteranos vivem juntos em um clima mais ecumênico, de mútua aceitação e fraternidade. Há um grande impulso à colaboração. O povo em nossas Igrejas locais impele para que as divisões sejam superadas. E isto é algo magnífico.
RV – O comunicado da Federação luterana mundial e do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos fala também de "dons" da Reforma, que talvez sejam difíceis de compreender para aqueles que veem nela somente um período de conflito e divisão...
DF – Pensemos ao início: o que Lutero queria? Queria que fossem corrigidos os abusos que – devemos aceitar – estavam presentes na vida da Igreja. Infelizmente, as coisas aconteceram de maneira diversa e aconteceu a divisão. Todavia, aquela procura por uma Igreja mais santa, mais vital, mais honesta é um impulso positivo que com o tempo, por meio do Concílio de Trento e da vida dos últimos século – particularmente nos últimos anos sob o impulso da graça do Concílio Vaticano II –, fez de muitos dos chamados de Lutero parte da vida da Igreja. (PH/RB)

Papa: ser cristão e missionário é a mesma coisa; libertar pobres da opressão

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco rezou o oração mariana do Angelus deste domingo (24/01), com os fieis e peregrinos que se encontravam na Praça São Pedro, não obstante o frio.
Na alocução que precedeu a oração, o pontífice disse que o evangelista Lucas, antes de apresentar o discurso programático de Jesus, em Nazaré, resume brevemente sua atividade evangelizadora.
Mestre diferente
"É uma atividade que Ele cumpre com a força do Espírito Santo: a sua palavra é original, porque revela o sentido das Escrituras; é uma palavra que tem autoridade, porque manda até mesmo nos espíritos impuros e eles obedecem. Jesus é diferente dos mestres de seu tempo. Não abriu uma escola para o estudo da Lei, mas pregava e ensinava em todo lugar: nas sinagogas, nas ruas e nas casas. Jesus é diferente também de João Batista que proclama o juízo iminente de Deus, enquanto Jesus anuncia o seu perdão de Pai".
O Papa convidou os fieis a entrarem na Sinagoga de Nazaré. "O que acontece é um fato importante que delineia a missão de Jesus. Ele se levanta para ler a Sagrada Escritura. Abre o Livro do Profeta Isaías e encontra a passagem onde está escrito: 'O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Nova aos pobres' A seguir, depois de um momento de silêncio cheio de expectativa, diz, diante da perplexidade geral: 'Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabaram de ouvir'".
Cristão e missionário é a mesma coisa
"Evangelizar os pobres: esta é a missão de Jesus; esta é também a missão da Igreja, e de todo batizado na Igreja. Ser cristão e ser missionário é a mesma coisa. Anunciar o Evangelho com a palavra e, primeiramente, com a vida, é a finalidade principal da comunidade cristã e de todo seu membro. Observa-se que Jesus dirige a Boa Nova a todos, sem excluir ninguém, aliás, privilegia os que estão distantes, os sofredores, os doentes, os descartados pela sociedade".
A seguir, Francisco perguntou: O que significa evangelizar os pobres? "Significa se aproximar deles, servi-los, libertá-los de sua opressão e tudo isso no nome e com o Espírito de Cristo, porque é Ele o Evangelho de Deus, é Ele a Misericórdia de Deus, é Ele a libertação de Deus, é Ele que se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza. O texto de Isaías, reforçado por pequenas adaptações introduzidas por Jesus, indica que o anúncio messiânico do Reino de Deus que veio ao nosso meio, se dirige de forma preferencial aos marginalizados, prisioneiros e oprimidos".
Evangelho, não política
"Provavelmente no tempo de Jesus estas pessoas não estavam no centro da comunidade de fé. E nos perguntamos: hoje, em nossas comunidades paroquiais, nas associações e nos movimentos, somos fieis ao programa de Jesus? A evangelização dos pobres, levar-lhes a Boa Nova, é a prioridade? Atenção: não se trata de prestar assistência social e muito menos de atividade política. Trata-se de oferecer a força do Evangelho de Deus que converte os corações, cura novamente as feridas, transforma as relações humanas e sociais segundo a lógica do amor. Os pobres, de fato, estão no centro do Evangelho".
O Papa Francisco concluiu sua alocução pedindo à Virgem Maria, "Mãe dos evangelizadores, para que nos ajude a sentir com vigor a fome e a sede do Evangelho que existem no mundo, especialmente no coração e na carne dos pobres. Que ela ajude cada um de nós e toda comunidade cristã a testemunhar concretamente a misericórdia, a grande misericórdia, que Cristo nos doou".
Após a oração mariana do Angelus, o Santo Padre saudou e pediu aos peregrinos provenientes da Itália e outras partes do mundo para que rezem por ele.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Papa Francisco pede orações pelos bispos que são as colunas da Igreja

O Evangelho do dia (São Marcos) fala da escolha dos doze Apóstolos por Jesus: escolhe-os "para que estejam com Ele e para os mandar pregar e expulsar demônios". Os doze – afirmou o Papa - "são os primeiros bispos". Depois da morte de Judas é eleito Matias: é "a primeira ordenação episcopal da Igreja". "Os bispos são colunas da Igreja", chamados a ser testemunhos da Ressurreição de Jesus:
"Nós bispos temos esta responsabilidade de ser testemunhos: testemunhos de que o Senhor Jesus está vivo, que o Senhor Jesus ressuscitou, que o Senhor Jesus caminha connosco, que o Senhor Jesus nos salva, que o Senhor Jesus deu a sua vida por nós, que o Senhor Jesus é a nossa esperança, que o Senhor Jesus nos acolhe sempre e nos perdoa. O testemunho. A nossa vida deve ser isto: um testemunho. Um verdadeiro testemunho da Ressurreição de Cristo".
Os bispos – continuou o Papa – têm duas tarefas:
"A primeira tarefa do bispo é estar com Jesus na oração. A primeira tarefa dos bispo não é fazer planos pastorais… não, não! Rezar: esta é a primeira tarefa do bispo. A segunda, é ser testemunho, isto é pregar. Pregar a salvação que o Senhor Jesus nos trouxe. Duas tarefas não fáceis, mas são precisamente essas tarefas que tornam fortes as colunas da Igreja. Se estas colunas se enfraquecerem porque os bispos não rezam ou rezam pouco; ou porque os bispos não anunciam o Evangelho, ocupando-se doutras coisas, a Igreja também se enfraquece, sofre. O povo de Deus sofre, porque as colunas são fracas".
"A Igreja sem os bispos não pode andar" – afirmou o Papa. Por isso, "a oração de todos nós para os nossos bispos é uma obrigação, mas uma obrigação de amor, uma obrigação dos filhos perante o Pai, uma obrigação dos irmãos, para que a família permaneça unida na confissão em Jesus Cristo, vivo e ressuscitado".
"Por isso, quero hoje convidar a rezar por nós, os bispos, porque nós também somos pecadores, nós também temos fraquezas, nós também corremos o perigo de Judas; ele também tinha sido eleito coluna; nós também corremos o perigo de não rezar, de fazer coisas que não sejam anunciar o Evangelho e expulsar demônios… Rezar, a fim de que os bispos sejam como Jesus queria, que todos nós demos testemunho da Ressurreição de Jesus. O povo de Deus reza pelos bispos. Em todas as Missas se reza pelos bispos: reza-se por Pedro, o chefe do Colégio Episcopal, e reza-se pelo bispo do lugar. Mas isto não basta: diz-se o nome, e muitas vezes diz-se simplesmente por hábito, e vai-se para a frente. Rezar pelo bispo com coração, pedir ao Senhor: Senhor, cuida do meu bispo; cuida de todos os bispos e manda-nos os bispos que são verdadeiros testemunhos, bispos que rezam e bispos que nos ajudem, com as suas pregações, a compreender, a estarmos seguros de Ti, Senhor, estás vivo, está entre nós".

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Papa Francisco em Santa Marta: A inveja e o ciúme matam.

PAPA MISSA 21/01/2016
Na homilia da Missa de hoje, 21 de Janeiro, em Santa Marta, o Papa Francisco afirmou que a inveja e o ciúme matam. Disse o Papa evocando o caso da inveja do Rei Saul para com o jovem Rei, David. Depois da vitória contra os filisteus, as mulheres cantam com alegria dizendo: "Saul matou mil, mas Davi 10 mil". Assim, a partir daquele dia – destacou o Papa Francisco – Saul passou a olhar com desconfiança para David, pensando que poderia tirar-lhe o poder e matá-lo. Depois, Saul seguiu o conselho do filho e reviu a sua decisão. Mas depois, retomou os seus pensamentos negativos. O ciúme – relevou o Papa – é "uma doença" que volta e leva à inveja:
"Que coisa feia é a inveja! É uma atitude, um pecado feio. E no coração, o ciúme ou a inveja crescem como a erva daninha: cresce, mas não deixa a erva boa crescer. Tudo o que pensa que pode ofuscá-lo, lhe faz mal. Não está em paz! É um coração atordoado, é um coração feio! Mas também o coração invejoso – ouvimos aqui – leva a matar, leva à morte. E a Escritura o diz claramente: por inveja do diabo, a morte entrou no mundo".
A inveja mata também nas nossas comunidades, disse mais adiante o Papa: a inveja "mata" e não tolera que o outro tenha algo que eu não possua. E sempre sofre, porque o coração do invejoso ou do ciumento sofre. É um coração sofredor!. É um sofrimento que deseja a morte dos outros. Mas quantas vezes, (disse o papa: nas nossas comunidades – não devemos ir muito longe para ver isso) por ciúme se mata com a língua. Alguém tem inveja daquele, daquele outro e começam os murmúrios : e os murmúrios!:
"E eu, pensando e refletindo sobre este trecho da Escritura, convido a mim e a todos a entender se em meu coração existe algo de ciumento, de invejoso, que sempre leva à morte e não me faz feliz; porque esta doença leva sempre a ver o que o outro tem de bom como se fosse contras. Isto é um pecado muito feio! É o início de muitas criminalidades. Peçamos ao Senhor que nos dê a graça de não abrir o coração aos ciúmes, de não abrir o nosso coração às invejas, porque estas coisas causam a morte".
Ao terminar Francisco recordou como é que até o próprio Jesus foi entregue por Pilatos por inveja.
"A inveja – segundo a interpretação de Pilatos, que era muito inteligente, mas covarde – é que levou Jesus à morte. Peçamos também a graça de não entregarmos nunca, por inveja, à morte, um irmão, uma irmã da paróquia, da comunidade, e nem um vizinho do bairro".

Não é fácil entregar-se à misericórdia de Deus...

Não é fácil entregar-se à misericórdia de Deus, porque se trata de um abismo incompreensível. Mas devemos fazê-lo! «Oh padre, se conhecesses a minha vida, não me falarias assim!» «Porquê? Que fizeste?» «Oh, fi-las grandes e graves!» «Melhor! Vai ter com Jesus; Ele gosta que Lhe contes essas coisas!». Ele esquece; Ele tem uma capacidade especial de esquecer. Esquece, beija-te, abraça-te e apenas te diz: «Também Eu não te condeno! Vai, e doravante não tornes a pecar» (Jo 8, 11). Este é o único conselho que te dá.
Passado um mês, estamos nas mesmas condições... Voltemos ao Senhor! O Senhor nunca Se cansa de perdoar, nunca! Somos nós que nos cansamos de Lhe pedir perdão. Peçamos a graça de não nos cansarmos de pedir perdão, porque Ele jamais Se cansa de perdoar.
Peçamos esta graça! 
Papa Francisco

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Francisco encoraja o trabalho dos policiais italianos

Cidade do Vaticano (RV) - "Na manhã desta segunda-feira (18/01), o Papa cumpriu um compromisso da agenda tradicional no início de cada ano: recebeu o corpo de guarda da Polícia de Estado, diretores e policiais.
Foi uma ocasião para o Pontífice enaltecer o trabalho desempenhado pelas forças da ordem, especialmente no início do Ano Santo. Segundo o Papa, "a ordem exterior favorece a interior, permeada de serenidade e paz".
Durante o encontro, dirigindo-se aos homens que o protegem, o Papa improvisou dizendo que quando sai para a Praça São Pedro e os vê, reza por eles, de coração. "E lhes peço, por favor, rezem por mim, porque este não é um trabalho fácil".
O empenho no Ano Santo
"Desejo a vocês e às suas famílias um feliz ano novo e de coração os abençoo" completou, definindo este encontro "ainda mais significativo porque se insere no contexto do Ano Santo da Misericórdia, um evento de relevância espiritual para o qual muitos peregrinos vieram a Roma de várias partes do mundo".
"Que o Jubileu da Misericórdia seja para todos um tempo forte do espírito, tempo de reconciliação com Deus e com os irmãos. Todos nós precisamos nos reconciliar, todos... Todos temos alguma coisa (pendente, ndr) com um irmão, na família, com um amigo. E este é o tempo para a reconciliação, para fazer as pazes. Em seguida, Francisco renovou o seu apreço pelo trabalho que os guardas desempenham com "profissionalismo e sentido do dever", agradecendo também sua presença nas visitas pastorais que realiza na Itália”.
Espírito de colaboração
Por sua vez, em nome da Polícia do Estado, a Dra. Maria Rosaria Maiorino, diretora da Inspetoria junto ao Vaticano, assegurou o empenho constante dos policiais, que neste delicado momento histórico, após os atentados de Paris, será desempenhado "com o máximo profissionalismo, em colaboração com os dois corpos da guarda do Vaticano: Gendarmaria e Guardas Suíços".

Papa aos luteranos: prosseguir juntos no caminho da unidade

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência nesta segunda-feira, (18/01), a Delegação Ecumênica da Igreja Luterana da Finlândia por ocasião da tradicional peregrinação para a festa de Santo Henrique.
"Esta peregrinação ecumênica é um sinal eloquente de que como luteranos, ortodoxos e católicos, vocês descobriram aquilo que os une e juntos querem testemunhar Jesus Cristo, que é o fundamento da unidade", frisou o Pontífice em seu discurso.
O Papa agradeceu a Deus pelos resultados que foram alcançados no diálogo entre luteranos e católicos, e recordou o documento comum "Justificação na vida da Igreja". Segundo o Pontífice, "tal diálogo prossegue em seu caminho promissor rumo a uma interpretação comum, no âmbito sacramental, eclesial, eucarístico e ministerial. Os passos importantes realizados juntos estão construindo um fundamento sólido de comunhão de vida na fé e na espiritualidade e as relações são cada vez mais imbuídas de um espírito de confronto sereno e partilha fraterna".
Assista em VaticanBR
"Em nosso diálogo, ainda permanecem algumas diferenças na doutrina e na prática. Isso porém não deve nos desencorajar, mas nos impulsionar a prosseguir juntos no caminho de uma maior unidade, superando antigas concepções e reticências. Num mundo muitas vezes dilacerado por conflitos e marcado pelo secularismo e indiferença, todos unidos somos chamados a proclamar Jesus Cristo, tornando cada vez mais testemunhas críveis da unidade e artífices da paz e reconciliação", sublinhou o Papa.
O Papa agradeceu a Delegação Ecumênica da Igreja Luterana da Finlândia pelo seu compromisso em favor do cuidado da criação e desejou que essa visita possa reforçar ainda mais a colaboração entre as suas respectivas comunidades. (MJ)

Papa: fé passa por desafios como toda experiência autêntica de amor.

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa compartilhou sua reflexão deste domingo a partir do episódio das Bodas de Caná, em que Jesus atende ao pedido de sua Mãe e transforma água em vinho para que os esposos possam continuar a festejar as bodas. Após recitar o Angelus, Francisco recordou que neste domingo também se celebra o Jubileu dos Migrantes e dos Refugiados, e pediu para que todos rezassem juntos pelas vítimas dos atentados em Burquina Faso e na Indonésia.
Assista à integra do Angelus
"Caros irmãos e irmãs,
O Evangelho deste domingo apresenta o evento prodigioso acontecido em Caná, um vilarejo da Galileia, durante as bodas em que participaram também Maria e Jesus, com os seus primeiros discípulos. A Mãe faz o filho perceber que falta vinho e, Jesus, depois de ter respondido que ainda não tinha chegado a sua hora, atende o pedido da Mãe e doa aos esposos o melhor vinho de toda a festa.
O Evangelista destaca que "este foi o início dos sinais cumpridos por Jesus, Ele manifestou a sua glória e seus discípulos acreditaram nele". Os milagres, então, são sinais extraordinários que acompanham a pregação da Boa Nova e têm o objetivo de suscitar ou reforçar a fé em Cristo. No milagre acontecido em Caná, podemos ver um ato de benevolência de Jesus para com os esposos, um sinal da bênção de Deus sobre o matrimônio. O amor entre homem e mulher é uma boa estrada para viver o Evangelho, ou seja, para percorrer com alegria a via da santidade.
Mas o milagre de Caná não diz respeito somente aos esposos. Toda pessoa humana é chamada a encontrar o Senhor como Esposo da sua vida. A fé cristã é um dom que recebemos com o Batismo e que nos permite encontrar Deus. A fé perpassa tempos de alegria e de dor, de luz e de obscuridade, como em toda autêntica experiência de amor. A história das bodas de Caná nos convida a redescobrir que Jesus não se apresenta a nós como um juiz pronto a condenar as nossas culpas, tampouco como um comandante que impõe que sigamos cegamente as suas ordens; se apresenta como Salvador da humanidade, como irmão, como irmão mais velho, Filho do Pai: como Aquele que responde as expectativas e promessas de alegria que moram no coração de cada um de nós.
Então, podemos nos perguntar: realmente conheço o Senhor assim? Sinto-O como Esposo da minha vida? Lhe estou respondendo à altura o amor que Ele manifesta todos os dias a mim e a todos os seres humanos?
Trata-se de perceber que Jesus nos procura e nos convida a dar-lhe espaço no íntimo de nosso coração. E neste caminho de fé com Ele não ficamos sozinhos: recebemos o dom do Sangue de Cristo.
As grandes ânforas de pedra cheias de água que Jesus transforma em vinho são sinal da passagem da antiga à nova aliança: no lugar da água usada para a purificação ritual, recebemos o Sangue de Jesus, derramado de maneira sacramental na Eucaristia e de modo cruel na Paixão e na Cruz. Os Sacramentos, que brotam do Mistério Pascal, infundem em nós a força sobrenatural e nos permite de experimentar a misericórdia infinita de Deus.
A Virgem Maria, modelo de meditação da palavra e dos gestos do Senhor, nos ajude a redescobrir com fé a beleza e a riqueza da Eucaristia e dos outros Sacramentos, que tornam presente o amor fiel de Deus para nós. Poderemos assim enamorar-nos sempre mais do Senhor Jesus, nosso Esposo, e ir ao Seu encontro com as lâmpadas acesas da nossa fé alegre, sendo assim seus testemunhos no mundo.
Jubileu dos Migrantes
Hoje ocorre o dia mundial do migrante e do refugiado que, no contexto do Ano da Misericórdia, também é celebrado o jubileu do migrante. Tenho o prazer, portanto de saudar com grande afeto as comunidades aqui presentes, provenientes das varias regiões da Itália, especialmente de Lácio. Caros migrantes e refugiados. Cada um de vocês traz consigo uma história, uma cultura, valores preciosos, e frequentemente infelizmente também experiências de miséria, de opressão, de medo. A presença de vocês aqui na Praça e sinal de esperança em Deus. Não deixem que vos roubem a esperança e a alegria de viver, que brotam da esperança da Divina Misericórdia, também graças as pessoas que acolhem vocês e os ajudam. A passagem pela porta santa e a Missa que daqui a pouco vocês viverão, preenchera o coração de vocês de paz. Agradeço aos detentos da penitenciaria de Opera, pelo presente das hóstias confeccionadas que eles mesmos confeccionaram, e que serão utilizadas nesta celebração.
Saúdo coma feto a todos vocês, peregrinos provenientes da Itália e de outros países: em particular, As associações culturais Napredak, de Sarajevo; os estudantes espanhóis de Badajoz e Palma de Mallorca; e os jovens de Osteria Grande (Bolonha).
Todos juntos desejamos dirigir a Deus uma oração pelas vitimas dos atentados ocorridos nos últimos dias na Indonésia e Burquina Faso. O Senhor os acolha na sua casa, e sustente o empenho da comunidade internacional para construir a paz".

Papa na Sinagoga: todos pertencemos a uma única família, a família de Deus

Cidade do Vaticano - Francisco tornou-se, na tarde deste domingo (17/01), o terceiro Pontífice a visitar a Sinagoga de Roma. Durante a visita ao Templo Maior, o Papa recordou a expressão cunhada por São João Paulo II que, em 1986, disse que os judeus são os "irmãos mais velhos" dos cristãos. Francisco incentivou todos os empenhados na construção do diálogo judaico-cristão a seguirem perseverantes e recordou os judeus romanos perseguidos deportados durante a invasão nazista.
Assista à íntegra do discurso do Papa
"Caros irmãos e irmãs,
Sinto-me feliz por estar aqui, entre vocês, nesta Sinagoga. Agradeço pelas palavras cordiais do Dr. Di Segni, a senhora Durighello e o Dr. Gattegna. Agradeço a todos vocês pela calorosa recepção. Tada rabbá! Obrigado!
Na minha primeira visita a esta Sinagoga, como Bispo de Roma, desejo expressa-lhes, como também a todas as Comunidades judaicas, a saudação fraterna de paz desta e de toda a Igreja católica.
As nossas relações me interessam muito. Em Buenos Aires, eu já estava acostumado a ir às sinagogas para encontrar as comunidades lá reunidas; seguir de perto as festividades e comemorações judaicas; dar graças ao Senhor, que nos dá a vida e nos acompanha no caminho da história.
Ao longo do tempo, criou-se uma união espiritual que favoreceu o nascimento de autênticas relações de amizade, que inspirou um empenho comum. No diálogo inter-religioso é fundamental encontrar-nos, como irmãos e irmãs, diante do nosso Criador e a Ele prestar louvor; respeitar-nos e apreciar-nos mutuamente e colaborar.
No diálogo judeu-cristão há uma ligação única e peculiar em virtude das raízes judaicas do cristianismo: judeus e cristãos devem, portanto, sentir-se irmãos, unidos pelo próprio Deus e por um rico patrimônio espiritual comum (cf. Declaração Nostra aetate, 4) no qual basear-nos e continuar a construir o futuro.
Ao visitar esta Sinagoga, prossigo nas pegadas dos meus Predecessores. O Papa João Paulo II esteve aqui há trinta anos, em 13 de abril de 198; Papa Bento XVI esteve entre vocês há seis anos, agora estou aqui.
Naquela ocasião, João Paulo II cunhou a bela expressão "irmãos mais velhos"! De fato, vocês são os nossos irmãos e as nossas irmãs mais velhos na fé. Todos nós pertencemos a uma única família, a família de Deus; juntos, Ele nos acompanha e nos protege como seu Povo; juntos, como judeus e como católicos, somos chamados a assumir as nossas responsabilidades por esta cidade, dando a nossa contribuição, também espiritual, e favorecendo a resolução dos diversos problemas atuais.
Espero que aumentem, sempre mais, a proximidade espiritual e o conhecimento e estima recíprocos entre as nossas duas comunidades de fé. Por isso, é significativa a minha vinda entre vocês, precisamente hoje, 17 de janeiro, quando a Conferência Episcopal italiana celebra o "Dia do diálogo entre Católicos e Judeus".
Comemoramos, há pouco, o 50° aniversário da Declaração Nostra aetate do Concílio Vaticano II, que tornou possível o diálogo sistemático entre a Igreja católica e o Judaísmo.
No passado dia 28 de outubro, na Praça São Pedro, pude saudar também um grande número de representantes judaicos, aos quais me expressei assim: "A verdadeira e própria transformação da relação entre Cristãos e Judeus, durante estes 50 anos, merece uma gratidão especial a Deus. A indiferença e a oposição se converteram em colaboração e em benevolência. De inimigos e estranhos, tornamo-nos amigos e irmãos".
O Concílio, com a Declaração Nostra aetate, traçou o caminho: "sim" à descoberta das raízes judaicas do cristianismo; "não" a toda forma de antissemitismo e condenação de toda injúria, discriminação e perseguição, que disso derivam".
Nostra aetate definiu, teologicamente, pela primeira vez e de maneira explícita, as relações da Igreja católica com o Judaísmo. Ela, naturalmente, não resolveu todas as questões teológicas que nos dizem respeito, mas fez uma referência, de modo encorajador, fornecendo um estímulo importantíssimo para ulteriores e necessárias reflexões.
A propósito, em 10 de dezembro de 2015, a Comissão para as Relações religiosas com o Judaísmo publicou um novo documento que aborda as questões teológicas, emergidas nos últimos decênios, após a Declaração Nostra aetate (n. 4).
Com efeito, a dimensão teológica do diálogo judaico-católico merece ser sempre mais aprofundada. Por isso, encorajo todos aqueles que estão comprometidos com este diálogo a continuar neste caminho, com discernimento e perseverança.
Precisamente de um ponto de vista teológico, aparece claramente a indivisível ligação que une Cristãos e Judeus. Para compreender-se, os cristãos não podem não fazer referência às raízes judaicas; a Igreja, mesmo professando a salvação, mediante a fé em Cristo, reconhece a irrevocabilidade da Antiga Aliança e o amor constante e fiel de Deus por Israel.
Por mais importante que sejam as questões teológicas, não devemos perder de vista as situações difíceis, com as quais o mundo de hoje se defronta. Os conflitos, as guerras, as violências e as injustiças causam ferimentos profundos na humanidade e nos impelem a comprometer-nos pela paz e a justiça. A violência do homem contra o homem está em absoluta contradição com qualquer religião, digna deste nome e, em particular, com as três grandes Religiões monoteístas.
A vida é sagrada, como dom de Deus. O quinto mandamento do Decálogo, diz: "Não matar" (Ex 20,13). Deus, que é Deus da vida, quer sempre promovê-la e salvaguardá-la. E nós, criados à sua imagem e semelhança, devemos fazer o mesmo. Todo ser humano, como criatura de Deus, é irmão, independentemente da sua origem ou da sua pertença religiosa.
Toda pessoa deve ser vista com benevolência, como faz Deus, que estende a sua mão misericordiosa a todos, independentemente da sua fé e da sua proveniência; Ele dispensa atenção particular aos que mais precisam dele: os pobres, os enfermos, os marginalizados, os indefesos.
Lá, aonde a vida corre perigo, somos chamados, ainda mais, a promovê-la e salvaguardá-la. Quanto mais nos sentirmos ameaçados, tanto mais deveríamos confiar em Deus, que é a nossa defesa e o nosso refúgio (cf. Sal 3,4; 32,7), procurando fazer resplandecer em nós o seu rosto de paz e de esperança, sem jamais ceder ao ódio e à vingança. A violência e a morte jamais terão a última palavra diante de Deus, que é Deus do amor e da vida!
Devemos invocá-Lo com insistência, para que nos ajude a praticar - na Europa, na Terra Santa, no Oriente Médio, na África e em qualquer outra parte do mundo, - não a lógica da guerra, da violência, da morte, mas a da paz, da reconciliação, do perdão, da vida.
O povo judaico, na sua história, teve que padecer violências e perseguições, até ao extermínio dos judeus europeus, durante a Shoah. Seis milhões de pessoas, apenas por pertencerem ao povo judaico, foram vítimas da barbárie mais desumana perpetrada em nome de uma ideologia, que queria substituir Deus com o homem. Em 16 de outubro de 1943, mais de 1 mil homens, mulheres e crianças da comunidade judaica de Roma, foram deportados para Auschwitz.
Hoje, quero recordá-los de modo particular: seus sofrimentos, suas angústias, suas lágrimas nunca devem ser esquecidas. O passado deve servir de lição par o presente e o futuro. A Shoah ensina-nos que é preciso sempre máxima vigilância, para poder intervir, tempestivamente, em defesa da dignidade humana e da paz. Queria expressar a minha solidariedade a cada testemunha da Shoah que ainda vive; saúdo, de modo particular, aqueles que hoje estão presentes aqui.
Queridos irmãos mais velhos, devemos realmente ser gratos por tudo o que foi possível realizar nos últimos cinquenta anos, porque aumentaram e aprofundaram a compreensão recíproca e a mútua confiança e amizade.
Peçamos juntos ao Senhor, a fim de que conduza o nosso caminho rumo a um futuro bom e melhor. Deus tem para nós projetos de salvação, como diz o profeta Jeremias: “Conheço meus projetos sobre vocês – oráculo do Senhor -: são projetos de felicidade e não de sofrimento, para dar-lhes um futuro e uma esperança” (Jer 29,11).
Que o Senhor nos abençoe e nos guarde. Faça resplandecer sobre nós a sua face e nos dê a sua graça. Que o Senhor volva o seu rosto para nós e nos dê a paz (Num 6,24-26).

domingo, 17 de janeiro de 2016

Papa faz visita surpresa a idosos e a pessoas em estado vegetativo

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco continua dando testemunho dos sinais concretos de Misericórdia. Após ter aberto recentemente a Porta Santa do Albergue Pe. Luigi Di Liegro, adjacente à Estação Termini de Roma, na sexta-feira (15/01) o Santo Padre visitou um abrigo para idosos.
Às 16h locais desta sexta-feira, o Papa fez uma visita surpresa a uma casa de repouso situada na periferia romana. O Pontífice visitou cerca de trinta idosos que ali residem. A inesperada visita colheu a todos de surpresa e fez compreender o grande valor que as pessoas anciãs e os avós têm na Igreja e na sociedade e como são importantes as palavras do Papa Francisco contra a "cultura do descarte".
Em seguida, Francisco visitou uma casa de assistência que acolhe pessoas em estado vegetativo acompanhadas por seus familiares.

sábado, 16 de janeiro de 2016

O grande amor de Deus

 
Cidade do Vaticano (RV) – Na semana que passou tivemos dois momentos importantes e intensos aqui no Vaticano. O primeiro, na segunda-feira, dia 11, o encontro do Papa Francisco com os embaixadores acreditados junto à Santa Sé para as felicitações de Ano Novo. O segundo, dia 12, o lançamento do livro-entrevista "O nome de Deus é misericórdia". A obra é uma compilação de uma conversa entre o Pontífice e o jornalista, Andrea Tornielli.
Dois momentos aos quais a mídia mundial deu muita atenção. No primeiro, com grande respiro no que diz respeito à diplomacia, à política, às relações entre a Santa Sé e as nações, Francisco, num longo e denso discurso chamou a atenção sobre as situações de conflitos, de sofrimento, de desespero que ainda hoje ferem a humanidade. Ressaltou os sinais positivos que caracterizaram 2015 para a Santa Sé, como os inúmeros acordos internacionais ratificados, que demonstram "que a convivência pacífica entre membros de religiões diferentes é possível".
O Papa Francisco, no seu articulado discurso buscou olhar para o mundo em ebulição com um olhar de esperança e espiritualidade. Tudo isso tendo em mente o Ano Extraordinário da Misericórdia, período no qual devemos olhar para a situação do mundo com olhos misericordiosos.
O Pontífice não deixou de elencar os problemas do mundo, mas não foi um discurso de condenação, de censura. Ao contrário, foram palavras de encorajamento, para que todos os homens e mulheres de boa vontade sejam capazes de responder e enfrentar os problemas que afligem a humanidade.
Nos dramas de início de milênio Francisco citou os últimos da sociedade, e de modo especial os migrantes. Aliás, o Papa dedicou a maior parte do seu discurso à emergência migratória, que em 2015 interessou principalmente a Europa, a Ásia e a América.
O Papa comentou as razões que levam à fuga milhões de pessoas: conflitos, perseguições, miséria extrema e alterações climáticas. Razões estas que são resultado da "cultura do descarte" e da "arrogância dos poderosos", sacrificando homens e mulheres aos ídolos do lucro e do consumo. Citou as dramáticas imagens das crianças mortas no mar que testemunham "os horrores que sempre acompanham guerras e violências". O tema das migrações é complexo, reconhece o Pontífice, e requer projetos a médio e longo prazos que devem ir além da lógica da emergência.
São problemas gravíssimos e o Papa quis dar um estímulo positivo, um impulso que é também um desafio para a comunidade internacional: sejamos misericordiosos, procuremos trabalhar neste sentido; a Santa Sé está disposta a colaborar com vocês, a estar ao seu lado, também o Papa, com a "certeza de que este ano jubilar poderá ser a ocasião propícia para que a fria indiferença de tantos corações seja vencida pelo calor da misericórdia".
Já o segundo momento da semana, também ele dedicado ao tema da misericórdia, foi a apresentação do volume, em italiano do livro-entrevista, "O nome de Deus é misericórdia".
Seria muita pretensão em poucas palavras falar de tão grande conteúdo e reflexão, mas gostaria de chamar a atenção para certas expressões de Francisco que podem nos ajudar a refletir sem mesmo ter lido o livro.
A misericórdia é "a carteira de identidade" de Deus é uma delas, e diz tudo.
“A nossa época é um tempo oportuno” porque hoje se vive um duplo drama: perdeu-se o sentido do pecado, e ele é considerado também incurável, imperdoável. Por isto, a humanidade ferida por tantas "doenças sociais" – pobreza, exclusão, escravidão do terceiro milênio, relativismo – tem necessidade de misericórdia, desta "carteira de identidade de Deus", daquele que "permanece sempre fiel", mesmo que o pecador o renegue.
Depois a vergonha, entendida como "uma graça", porque torna o pecador consciente do próprio pecado.
Sobre a confissão: você vai ao confessionário "não para ser julgado", mas para "alguma coisa maior do que o juízo: para o encontro com a misericórdia" de Deus, sem a qual "o mundo não existiria". Enfatiza ainda Francisco: o confessionário não deve ser "nem uma lavanderia", onde se lava o pecado a seco, como uma simples mancha, nem "uma sala de tortura", onde se depara com "o excesso de curiosidade" de alguns confessores.
O Papa define-se como "um homem que tem necessidade da misericórdia de Deus".
Outro aspecto é o da Igreja, a Igreja "em saída", um "hospital de campanha" para os necessitados de perdão, que vai de encontro aos tantos "feridos" necessitados de escuta, compreensão, perdão, amor. É importante, de fato, "acolher com delicadeza aqueles que estão diante de nós, não ferir a sua dignidade", afirma o Santo Padre, citando uma experiência pessoal, que remonta aos tempos em que era pároco na Argentina: uma mulher que se prostituía para manter os seus filhos, agradeceu a ele por sempre trata-la por "Senhora".
Respondendo, depois, a uma pergunta sobre pessoas homossexuais, o Papa explica o que afirmou em 2013, durante a coletiva de imprensa no avião que o trazia de retorno do Rio de Janeiro, isto é, "se uma pessoa é gay, busque o Senhor e tenha boa vontade, quem sou eu para julgá-la"?. "Eu havia parafraseado – disse - de memória o Catecismo da Igreja Católica onde explica que estas pessoas devem ser tratadas com delicadeza e não devem ser marginalizadas".
Quem se descobre "doente na alma", deve encontrar portas abertas, não fechadas; acolhida, não julgamento ou condenação; ajuda, não marginalização.
Na acolhida do marginalizado, ferido no corpo, e do pecador, ferido na alma, joga-se, de fato, "a credibilidade dos cristãos", diz Francisco. Porque no fundo, como dizia São João da Cruz, "no anoitecer da vida, seremos julgados no amor".
Em síntese, alguns pensamentos de Francisco que certamente irão nos ajudar a caminhar neste ano dedicado ao "grande amor de Deus", a sua misericórdia. (Silvonei josé)

Mensagem do Papa: "solidariedade com os migrantes e refugiados"

 
Cidade do Vaticano (RV) – Celebra-se no domingo, (17/01), o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, para o qual o Santo Padre escreveu uma Mensagem, intitulada "Os migrantes e os refugiados nos interpelam: a resposta do Evangelho da misericórdia".
A respeito da primeira parte deste tema "os migrantes e os refugiados nos interpelam", o Papa recorda a dramática situação de tantos homens e mulheres, obrigados a abandonar as próprias terras e, muitas vezes, arriscam a própria vida, a ponto de morrerem em tragédias como no mar.
Na segunda parte do tema "a resposta do Evangelho da misericórdia", Francisco deseja relacionar, de modo explícito, o fenômeno da migração com a resposta dada pelo mundo e, em particular, pela Igreja.
Papel da Igreja
Neste contexto, Francisco convida o povo cristão a refletir durante o Jubileu sobre obras de misericórdia corporais e espirituais, entre as quais se encontra a de "acolher os estrangeiros". A Igreja, como discípula de Jesus, é chamada a "anunciar a liberdade aos prisioneiros das novas escravidões da sociedade moderna" e, ao mesmo tempo, a "aprofundar a relação entre justiça e misericórdia", duas dimensões de uma única realidade.
Respondendo ao desejo do Pontífice "de que cada Igreja particular seja diretamente envolvida neste Ano Santo", o Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes oferece algumas indicações: a celebração do Jubileu em nível diocesano e nacional, no âmbito mais próximo possível aos migrantes e refugiados, envolvendo também a comunidade cristã.
Outras indicações: "que o evento jubilar central seja o dia 17 de janeiro de 2016, por ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado; que as dioceses e comunidades cristãs programem iniciativas, aproveitando a ocasião propícia do Ano Santo da Misericórdia, e encorajem a sensibilização sobre o fenômeno migratório; e, por fim, a importância de dar sinais concretos de solidariedade e atenção aos migrantes e refugiados". (MT)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Canonização de Madre Cecília de Piracicaba sob análise do Vaticano

Cidade do Vaticano (RV) – Segue em análise o processo de beatificação e canonização da fundadora das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria, de Piracicaba/SP, a Serva de Deus Madre Cecília. De acordo com a instituição, neste momento, a Sagrada Congregação para a Causa dos Santos em Roma entrou na fase de documentação, que inclui biografia, reconhecimento das virtudes e fama de santidade.
Responsável atualmente pelo processo em Piracicaba, Irmã Madalena Calgarôto relatou que, em 1998, o Vaticano já deu aval para a continuidade do processo. "Nestes 23 anos de caminhada, muitas pesquisas foram realizadas, muito material de propagação foi produzido e também muitas graças foram alcançadas", relatou.
Virtudes de Madre Cecília
Ainda de acordo com Irmã Madalena, as virtudes de Madre Cecília que mais chamavam atenção são a fé e a confiança na providência de Deus. "Creio que a virtude que moveu toda sua vida foi a entrega à vontade de Deus. Outras virtudes se destacam também: a Confiança no Coração de Maria, a alegria de viver, desejando que as Irmãs, ao chegarem aos 90 anos, sentissem a alegria de viver que ela sentia".
Para contribuir com o processo de canonização, o Instituto tem feito um apelo às pessoas que alcançaram alguma graça pela intercessão de Madre Cecília. Segundo Irmã Madalena, os fiéis devem comunicar a Congregação, para que o relato seja analisado e, se necessário, juntado ao documentos existentes.  
A abertura do Processo de Canonização da freira foi autorizado em setembro de 1992, pelo então bispo da Diocese de Piracicaba, Dom Eduardo Koiak. "A partir dessa data – explica Irmã Madalena - foram dados todos os passos para o encaminhamento do processo. Em 1997, encerrou-se a primeira etapa no âmbito Diocesano".
Sobre Madre Cecília
Antônia Martins de Macedo, nome de batismo de Madre Cecília, nasceu em Piracicaba (SP) no ano de 1852. Segundo Irmã Madalena, desde jovem, Madre Cecília almejava se consagrar a Deus na vida religiosa. No entanto, por determinação de seu pai, casou-se com Francisco Borges Ferreira e, após cinco anos, ficou viúva com três filhos: Rosa, João e Antônio.
Mas com a cheda dos Frades Capuchinhos em Piracicaba, Madre Cecília ingressou, então, na Ordem Franciscana Secular, sendo sua primeira ministra. Por sua inspiração, no dia 2 de fevereiro de 1898, foi inaugurado o "Asilo Coração de Maria Nossa Mãe", para acolher meninas órfãs. Já no dia 30 de setembro de 1900 foi fundada a Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria.
Aos 98 anos, Madre Cecília faleceu no dia 6 de setembro de 1950. Para receber livros e outros materiais referentes à Vida da Madre Cecília, entrar em contato com o "Centro de Espiritualidade e Missão Madre Cecília". O endereço é Rua Boa Morte, 1.955, no Centro. Telefones: (19) 3371-1328 ou 3422-2218. E-mail: mcecilia.processo@fcmaria.org.br. (PS)